sábado, 25 de setembro de 2010

O que fazer em Israel!?

RELAXAR - Além de agitadíssimos centros urbanos modernos como Tel Aviv, o país oferece relaxantes praias com a luz avermelhada do Oriente Médio. | imagem: Israel Tourist Office
 VALDÍVIA COSTA

Paraíba-BR Numa viagem que mostra histórias milenares, com lugares interessantes para ver e passar, o melhor é selecionar o que fazer. Como não ficaremos em Israel meses pra conhecer tudo, o importante é visitar o que os habitantes de lá indicam como lugares bons para se estar. Entre os atrativos turísticos do país está a cozinha israelense, que divide a mesa com as culinárias judaica, sefardita e ashkenazi.

Mas engana-se quem pensa que o turismo em Israel é só uma rica variedade de locais históricos e religiosos da Terra Santa. Resorts de praia modernos, turismo arqueológico, turismo de legado e ecoturismo. Segundo o site Hora Israelita, o país é o que tem mais museus per capita do mundo. 

E nem adianta dizer "cuidado com a violência de lá!", como se no Brasil guerras diárias não fossem travadas pela mesma incompreensão humana e ainda mais pela exclusão social, porque o país recebe gente de todo o mundo o ano inteiro. É fato que Israel nunca perdeu seu fluxo turístico de milhões desde a década de 1990. Por exemplo, na década de 1950, só teve míseros 33 mil visitantes, de acordo com o Ministério do Turismo de Israel, enquanto hoje a procura se aproxima dos 1,5 milhões.

Muitos vão para o Oriente Médio, na costa leste do mar Mediterrâneo, porque dá pra aproveitar o passeio e conhecer o Líbano, a Síria, a Jordânia ou o Egito. Mas a maioria chega ao local atraído pela diversidade geográfica de Israel, sua arqueolofia e religião, pelo sol de um ano inteiro e pelas modernas instalações de recreação no Mediterrâneo, no Lago Kineret (mar da Galiléia), no Mar Vermelho e no Mar Morto. 

Essa gente andando pela Terra Santa somou, em 2001, 1.218.000 visitantes. Também é verdade que houve uma diminuição de 54% em comparação com o ano 2000, segundo fontes de turismo do país. Mas não esqueçam que, além de ser prejudicado pelos eventos relacionados à segurança, que começaram em 2000 com os ataques americanos, houve uma crise no turismo mundial.

imagem: Israel Tourist Office
Tel Aviv Unificada em 1950 com a cidade de Yafo, segunda maior israelense tem praias, história e badalação. Chamada de "Cidade Branca", Tel Aviv é uma das mais turísticas, agitadas e liberais. Banhada pelo Mediterrâneo, ela é uma incursão na cultura judaica. Une arquitetura, praias e vida noturna intensa.

imagem: Israel Tourist Office
Cultura secular O que mais se destaca em Israel é a cultura secular das comunidades judaicas, incluindo a laica. Geralmente, ele se considera como uma ethnoreligious ao invés de apenas um agrupamento religioso. O judaísmo guia os adeptos na prática e na crença para que seja um modo de vida. Segundo antropólogos, isso dificulta a distinção clara entre a produção cultural dos membros do povo judeu e da cultura, que é especificamente judaica.

imagem: Israel Tourist Office
Cinema Não encontramos fonte segura que pudesse nos contar melhor sobre a sétima arte de Israel, Mas, pela Wikipédia, o cinema no pais existe desde a década de 1950. Os filmes israelitas, a maior parte deles, refletem temas típicos israelenses e a evolução social. A maioria dos filmes são produzidos na língua hebraica e alguns outros em árabe israelense. Antes do estabelecimento do estado de Israel, há registros de que os judeus produziram muitos filmes no Mandato Britânico da Palestina, durante décadas. Mas muito se desenvolveu o audiovisual israelita e ainda vem se destacando a uns cinco anos, principalmente aqui no Brasil, que já construiu até uma mostra exclusiva só dessas produções, em São Paulo.

A indústria cinematográfica gerou centenas de filmes nesses anos em variados estilos, do drama à documentários e curtas metragens, que são reconhecidos no mundo. O cinema israelense tem sido capaz de obter centenas de milhares de espectadores e representar Israel com muito profissionalismo.

Tiremos a prova com um trailer do bem comentado Valsa de Bashir, um conto de amizade e memória dirigido por Ari Folman. Um dos personagens vive uma missão no exército de Israel na primeira Guerra no Líbano no início dos anos 80. Ao procurar velhos amigos pra tentar se recordar do passado, sua memória começa a assombrá-lo com imagens surreais.
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Jerusalém do século XXI

COTEMPORÂNEA - Jerusalém preservou arquitetura, religiões milenares, os muitos museus... e abriu espaço ao desenvolvimento moderno  | imagem: Jerusalém em fotos
 #Valdívia Costa
Paraíba-BR Não podemos pensar que um lugar antigo e conhecido no mundo inteiro está do mesmo jeito que na época em que nem se cogitava a modernidade. Jerusalém, a capital de Israel, é uma dessas cidades históricas que nos desperta o interesse justamente por preservar milênios de cultura religiosa, mas com um pé na atualidade. 

Localizada nas Montanhas da Judéia, entre o mar Mediterrâneo e o mar Morto, a cidade possui locais sagrados, além de belas paisagens áridas e de grande importância arqueológica. Como bem descreveu uma reportagem recente da Folha, a história da cidade acompanha a história do povo hebreu, com fugas, reconstruções e inúmeras dominações diferentes. 

Segundo a matéria, Jerusalém foi o local escolhido para o rei Davi fixar residência, unificar as 12 tribos dos hebreus e concentrar o poder em suas mãos. Isso foi a quase mil anos a.C., quando os hebreus deixam de ser uma confederação de tribos e passam a ser nação. A cidade também foi do rei Salomão, homem de grande sabedoria, prosperidade e riquezas. Após a sua morte, ocorre divisão nas Tribos de Israel, originando o Reino de Judá com as duas tribos, ao Sul, e o Reino de Israel Setentrional, as 10 Tribos ao Norte.

Desde então, a história da cidade é marcada por invasões, destruição, êxodos e retornos do povo judeu. São muitas as marcas de destruição em Jerusalém. Mas nada que o tráfego entre visitantes e israelenses venha a desmanchar com o tempo. Como em toda Capital preparada para o turismo, a cidade é dividida entre a parte antiga e a cidade nova, o que nos faz imaginar os atrativos para a moderna Jerusalém.


Velho mercado de Jerusalém
Impérios Para saber um pouco mais sobre essas dominações de Jerusalém basta acessar os links dos governos israelenses que nos dispuseram informações. Uma das batalhas, em 332 a.C., a cidade sofre uma nova destruição, após a ascensão de Alexandre, o Grande, da Macedônia. O período islâmico, entre 638 e 1099, foi outra trajetória da cidade, até ser conquistada pelas cruzadas cristãs (1099) e, depois, tomada pelos egípcios e mamelucos. O domínio otomano (1517) foi para Jerusalém e Palestina, quando passa pela tolerância religiosa, aberta às três religiões monoteístas.

Domo da rocha
Liberdade No século XX, Jarusalém foi capital do território denominado Palestina, área correspondente ao que é hoje Israel, faixa de Gaza e Jordânia, durante a Primeira Guerra Mundial. À procura da tão sonhada paz, a recém criada ONU (1947) dividiu o território entre árabes e judeus. Jerusalém foi uma cidade administrada pela comunidade internacional, sem pertencer à localidade. Inconformados por natureza, os israelenses tomaram a zona ocidental de Jerusalém, enquanto os jordanianos ocuparam a zona oriental durante a primeira guerra. O armistício assinado entre Israel e Jordânia em 1949 conhecia a soberania de cada um sobre os territórios já conquistados. Os israelenses, então, fizeram de Jerusalém sua capital.

Apesar de possuir milhões de habitantes, o futuro de Jerusalém é controverso. Como aconteceu em 1967, na Guerra dos Seis Dias, os israelenses tomaram a parte jordaniana da cidade e reunificaram, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) quer fazer da Jerusalém Oriental a capital de um Estado palestino. Israel não abdica da sua soberania na cidade. É provável que as iniciativas de paz no território vigorem, principalmente com o fluxo turístico que essa história atrai.

Igreja do Santo Sepulcro
Além de Capital israelense, Jerusalém é a maior e mais populosa cidade:
Área: 125,2 quilômetros quadrados
População: 693.200 habitantes (2003)
Judeus: 464.500 (67%)
Não-judeus: 228.700 (33%)
Crescimento natural (em 2003): cerca de 15.733 pessoas
Novos imigrantes (em 2003): cerca de 2.969 pessoas
Cidadãos que moram no exterior: Cerca de 1.385 pessoas
Empregados: 187.707 habitantes
Autônomos: 16.691 habitantes
Salário médio: 7.224 Sherkels (R$ 3.499,30)
Idade: Entre 0 e 19 anos: 44,2% | Mais de 65 anos 8,3%
Educação (para habitantes com mais de 15 anos): Mais de 13 anos de estudo - 22%, dos quais 10,3% têm mais de 16 anos de estudo
Habitantes abaixo da linha da pobreza: - 41,8%
Idioma: Hebraico
Religião predominante: judaísmo

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fontes: Escritório Central de Estatísticas de Israel, 2003, Prefeitura de Jerusalém e Ministério de Relações Exteriores de Israel
#Valdívia é pesquisadora da cultura israelense.